Apresentando uma breve história da evolução e criação da
Tabela Periódica.
Ressalto que a Tabela Periódica foi criada ou construída por muitas mãos, a
soma de muitas pesquisas e conhecimentos ao longo dos séculos até culminar com
a Tabela atual, embora a grande maioria dos historiadores e químicos atribuam
ou citem apenas o Professor russo MENDELEYEV (1834 –1907), como o
criador da Tabela Periódica.
Aqui vai, portanto, um breve histórico:
HENNING BRAND – alquimista, em 1669, com destaque para a primeira descoberta
científica de um elemento, o fósforo.
Nos 200 anos seguintes tivemos muitas descobertas e conhecimentos das
propriedades de elementos químicos e seus compostos.
Com o aumento do número de elementos descobertos, os cientistas iniciaram a
investigação de modelos para reconhecer as propriedades e desenvolver esquemas
de classificação.
A primeira classificação, foi a divisão dos elementos em metais e não-metais.
Isso possibilitou a antecipação das propriedades de outros elementos,
determinando assim, se seriam ou não metálicos.
JOHANN W. DÖBEREINER, em 1829, teve a primeira idéia, com sucesso parcial, de
agrupar os elementos em três - ou tríades. Essas tríades também estavam
separadas pelas massas atômicas, mas com propriedades químicas muito
semelhantes. A massa atômica do elemento central da tríade, era supostamente a
média das massas atômicas do primeiro e terceiro membros. Lamentavelmente,
muitos dos metais não
podiam ser agrupados em tríades.
JOHN DALTON, no início do século XIX, listou os elementos químicos pela massa
atômica conhecida na época. Muitas das massas atômicas adotadas por Dalton,
estavam longe dos valores atuais, devido a ocorrência de erros. Os erros foram
corrigidos por outros cientistas, e o desenvolvimento de tabelas dos elementos e
suas massas atômicas, centralizaram o estudo sistemático da química. Não
podemos
chamar de modelo periódico, pois os elementos estavam apenas ordenados em ordem
crescente de massa atômica, cada um com suas propriedades e seus compostos.
JOHN A.R. NEWLANDS, professor de química no City College em Londres, em 1864,
sugeriu que os elementos, poderiam ser arranjados num modelo periódico de
oitavas, ou grupos de oito, na ordem crescente de suas massas atômicas. O
modelo colocou o elemento lítio, sódio e potássio juntos. Esquecendo o grupo
dos elementos cloro, bromo e iodo, e os metais comuns como o ferro e o cobre. A
idéia de
NEWLANDS, foi ridicularizada pela analogia com os sete intervalos da escala
musical. A Chemical Society recusou a publicação do seu trabalho periódico (Journal
of the Chemical Society). Nenhuma regra numérica, foi encontrada para que se
pudesse organizar completamente os elementos químicos numa forma consistente,
com as propriedades químicas e suas massas atômicas.
A base teórica na qual os elementos químicos estão arranjados atualmente - número
atômico e teoria quântica - era desconhecida naquela época e permaneceu assim
pôr várias décadas.
DMITRI IVANOVICH MENDELEYEV, nascido na Sibéria, educado em St. Petersburg, e
posteriormente na França e Alemanha. Conseguiu o cargo de professor de química
na Universidade de St. Petersburg. Escreveu um livro de química orgânica em
1861.
É considerado o responsável pela organização da tabela periódica.
Em 1869, em seu livro de química inorgânica, organizou os elementos que é a
base da classificação periódica moderna, colocando os elementos em ordem
crescente de suas massas atômicas, distribuídos em oito colunas verticais e
doze faixas horizontais. Verificou que as propriedades variavam periodicamente
à medida que aumentava a massa atômica. Em 1906, recebeu o Prêmio Nobel por
este trabalho.
HENRY MOSELEY, cientista britânico, em 1913, descobriu que o número de prótons
no núcleo de um determinado átomo, era sempre o mesmo. MOSELEY usou essa idéia
para o número atômico de cada átomo. Quando os átomos foram arranjados de
acordo com o aumento do número atômico, os problemas existentes na tabela de
MENDELEYEV desapareceram. Portanto, seu trabalho complementou a tabela periódica
moderna
atribuindo o número atômico dos elementos.
A tabela atual se difere bastante da de MENDELEYEV. Com o passar do tempo, os químicos
foram melhorando a tabela periódica moderna, aplicando novos dados, como as
descobertas de novos elementos ou um número mais preciso na massa atômica, e
rearranjando os existentes, sempre em função dos conceitos originais.
GLENN SEABORG, na década de 50, e à partir da descoberta do plutônio em 1940,
descobriu todos os elementos transurânicos (do número atômico 94 até 102).
Reconfigurou a tabela periódica colocando a série dos actnídeos abaixo da série
dos lantanídeos. Em 1951, recebeu o Prêmio Nobel em química, pelo seu
trabalho. O elemento 106 tabela periódica é chamado Seabórgio, em sua
homenagem.
O sistema de numeração dos grupos da tabela periódica, usados atualmente, são
recomendados pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). A
numeração é feita em algarismos arábicos de 1 à 18, começando a numeração
da esquerda para a direita, sendo o grupo 1, o dos metais alcalinos e o 18, o
dos gases nobres.
Observação:
É muito comum atribuir todo o crédito da construção da Tabela Periódica a
MENDELEYEV, mas não devemos nos esquecer de outro químico, talvez tão
brilhante quanto o cientista russo: o alemão JULIUS LOTHAR MEYER (1830 - 1895).
Em 1869, MEYER e MENDELEYEV, trabalhando independentemente, lançaram classificações
periódicas semelhantes. O brilhantismo das previsões de MENDELEYEV ofuscou por
completo o resultado das pesquisas de LOTHAR MEYER.
Em 1882, porém, os dois cientistas receberam a Medalha Davy, a mais alta
honraria da Associação Britânica para o Progresso da Ciência.
Vale lembrar também que, em 1887, outra injustiça foi reparada. A mesma
medalha foi oferecida a NEWLANDS, o cientista que fora ridicularizado por sua
classificação baseada nas oitavas musicais.